Viagem pro Brasil

Marquei essa semana minhas passagens pra passar o natal e o ano novo no Brasil.

Ao planejar a viagem a primeira coisa que me chamou a atenção foram os baixos precos da Air France pra essa temporada. Acho que ainda é reflexo do acidente no Atlântico. Eu apesar de não ter medo de voar confesso que não quis comprar um bilhete da Air France. Não só pq eu acho o servico deles uma bosta, mas porque o bilhete da minha empresa favorita (A British Airways) estava mais barato e ainda passa por Heathrow e vc tem aquele gostinho de estar em Londres, a capital do mundo musical.

Pois então, junto com o bilhete eu marquei também o meu aniversário aqui em Estocolmo, que vai ser uma festa Brasileira com caipirinha, coxinha de galinha, empadinhas, brigadeiro e docinho de coco. Ai montei uma lista no spotify com música brasileira pra festa. Não queria fazer uma lista muito cliché mas acabei colocando aqui e ali uma Carmem Miranda e Jorge Ben Jor. Como diria meu ex-chefe Lobatto "Música de camisa do Flamengo e berimbau no aeroporto".

Mas me dei conta de que são muito poucas bandas brasileiras que soam brasileiras, que tem identidade e qualidade. O Los Hermanos tinha uma boa dosagem dessas qualidades mas foi pra vala.

O Rappa tinha o lirismo, o suingue e a dose de revolta necessária, mas se perdeu no caminho das atrizes da novela das oito e a perda do baterista e cérebro da banda. A MPB tem a sua própria categoria de cantoras lésbicas e letras estranhas e nostálgicas sobre o cotidiano quase agricultural do período do império.

Seu Jorge trouxe uma exposicão internacional da música brasileira de uma forma mais indie e aqui na Europa umageraco inteira conhece ele pela participacão no filme LifeAquatic. Marcelo D2 por outro lado faz uma mistura de nível mais americano com o Hip Hop misturado com samba, soul e outras cositas más.

Mas np geral a música brasileira pop e rock me parece um emaranhado de cantores medíocres e bandas que ou imitam grandes bandas americanas ou repetem as fórmulas inventadas pelos movimentos musicais revolucionários que aconteceram até os anos 70.

As bandinhas de emo/punk/pop já deram. Os NX Zero, Fresno etc são nada mais que boy bands com três acordes e distorção e uma cópia mal feita das bandas americanas e alemã. A Maria Gadú, me desculpem, mas é uma filha ou clone da finada Cássia Eller. Mesmo visual, atitude e fisicamente parecida. Não vejo nada de novo acontecendo ai. Mas depois da calmaria vem sempre a tempestade que remexe o fundo do mar e revela os tesouros enterrados.

Espero que com o final da primeira década do século por vir que uma revolução musical aconteça no Brasil e que o mercado se renove. A música mundial esteve num momento de contemplação das décadas passadas e possivelmente caminha para alguma tendência mais revolucionária. E principalmente no Brasil, essa é uma necessidade latente.


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Girls Rock!

Fico feliz em ver uma ótima safra de bandas lideradas por mulheres aparecendo por aí. Boas cantoras, com atitude e boas músicas. E não digo só aqui na Escandinávia, onde elas se reproduzem mais que adolecente favelada no carnaval.

Acho ótimo tb que elas fazem rock honesto, de boas influências, feminino e ao mesmo tempo com atitude. E por atitude eu não quero dizer que elas precisem parecer lésbicas agressivas ameacando soutiens com isqueiro, mas que cantam de forma atual sobre mulheres atuais.

Eis abaixo algums exemplos.

Florence And The Machine.



A mais nova queridinha aqui na Europa. Visual retrô, bela voz, bonita e um soul-indie ótimo, com a cara do Reino Unido. O disco de estreia Lung tem um visual que seria algo como Alice in Wonderland servida morta e fria num prato a Rainha de Copas. E acho que isso descreve um pouco o som também. Adoro o toque blues que ela dá a Girl With One Eye (que me lembra Mona, a namorada sueca do Lemmy que só tem um olho).

Canta muitíssimo bem Florence Welch.

Kiss with a Fist:



Girl with One Eye:



Drumming Song:




Ida Maria



Nome de lavadeira e atitude de Iggy Pop meets The Clash in high heels. Uma das minhas favoritas ever. Ótimas letras e som mais punk que pop. Uma de suas músicas, I Like You So Much Better When You're Naked rapidamente se tornou a trilha sonora da minha vida de solteira. ;) A voz dela é grave e levemente rouca e contrasta bem com o som aberto das strato e telecasters que ela toca. Ida é norueguesa e seu som é extremamente típico aqui da Escandinávia. Eu moro na rabeta gelada do mundo em um país de rock, de punk, de gritos, de distorcão, de influências dos anos 50, 60 e 70 e de uma procura de alguma pureza ainda no rock. ADORO!

Ida é queridíssima nos Estados Unidos no momento mas cancelou suas apresentacões no Perez Hilton presents. Muito bem, menina Ida.

Eis Ida Maria:

Oh My God.



I Like You So Much Better When You're Naked:




Hello Saferide



A prima sueca de Ida Maria que toma seus remedinhos todo dia, Annika Norlin é a front woman de Hello Saferide. Só esse ano eu trabalhei em 4 shows deles mas a banda ainda não tem projecao internacional. O som é mais calmo, mais indie mas näo menos interessante. Os motivos mais românticos e me arrisco a dizer mais mulherzinha. O show tem um aspecto legal que são os efeitos de luz e fumaca que eles proporcionam e a platéia quase nem vê a banda.

Chega de escrever. Oucam:

I can't believe it's not love.



Anna



Get Sick Soon



Säkert!

Essa é a banda em sueco da mesma Annika Norlin de Hello Saferide. Mesmo que vocês não entendam a letra, dá pra se divertir com as músicas.

Vi kommer att dö samtidigt (Nós vamos morrer ao mesmo tempo)



Sanningsdan (O Dia da Verdade)




----> Oucam também "Nothing like you (When you're gone). É a melhor música de Hello Saferide.

Rock, girls. Rock!


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