Nas últimas semanas muitos dos meus amigos têm comentado comigo sobre os aperitivos do Brasil que andam tendo aqui. O primeiro foi o Rap das Armas que virou o hit do verão sueco com o seu refrão poético "Parapapa papa pa papa". A poesia de Cidinho e Doca e a batida do funk tomaram as rádios suecas e até a TV, sendo usada no anúncio de um dos lancamentos de telefonia celular daqui. Um novo e super poderoso telefone da Sony Ericsson.

O segundo sinal e mais alarmante é a exibicão de um documentário no principal canal da TV sueca, a TV estatal SVT sobre a violência em São Paulo. Manda Bala é uma producão americana, dirigida por Jason Kohn, sobre o "mercado" de sequestros, roubos e corrupcão em São Paulo e no Brasil.

O link AQUI. Talvez vocês não consigam abrir o vídeo, mas procurem ver o documentário, chamado "MAnda Bala".



O exemplo do Jader Barbalho no documentário é latente, alarmante e mostra uma realidade que nós brasileiros não devíamos apenas nos envergonhar mas tomar alguma atitude contra.

Além disso, o filme Tropa de Elite é o terceiro exemplo do nosso cartão de visitas por aqui. O filme teve bastante sucesso e causou alguma discussão aqui. As pessoas que eu conheço que viram o filme me perguntam se a situação é ruim assim mesmo. E eu tenho que infelizmente concordar. Aí elas entendem que no Brasil se vive em estado de guerra, uma guerra crimonosa e civil.

Os três exemplos são provas substanciais de que a imagem do Brasil no exterior tem mudado de paraíso tropical do sexo, futebol e samba para reduto da violência, crime e corrupcão de uma forma que nem a Colômbia ou os países tidos como mais violêntos do mundo não tem.

Se o Brasil fosse um país pobre na Europa, jamais seria admitido na União Européia. Seria mais ridículo do que a vontade da Turquia de entrar na UE. E mesmo assim nós nos achamos a potência da América Latina. Potêncial não é realidade e nosso maior potencial está em se colocar cada dia mais próximos do modelo africano de governabilidade que dos Americanos e Europeus, que nós babamos tanto os ovos de primeiro mundo.

Sinceramente não sei o que é pior. Mas realmente, quando se está no Brasil perde-se a noção do quão grave a situação é. A violência é diária e na sua cara e por isso adormece a revolta e o medo. Mas tá sempre ali a sua volta. E aqui é algo inimaginável. Ouco agora meus amigos dizerem "Eu jamais quero ir ao Brasil." Pois é...


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